segunda-feira, 13 de abril de 2009

A POLUIÇÃO DAS PILHAS E BATERIAS

Pilhas e baterias contêm metais pesados que podem contaminar água e alimentos, atingindo o homem. Há sugestões para que os fabricantes recolham pilhas usadas e se responsabilizem pela sua reciclagem.
Baterias de celular e pilhas podem contaminar o meio ambiente. Esses produtos contêm metais pesados altamente tóxicos que, quando jogados no lixos das grandes cidades, podem vazar e atingir os lençóis freáticos e plantações de alimentos. Esses metais, como chumbo e cádmio, podem provocar doenças no sistema nervoso e comprometer ossos e rins. Segundo estimativas do Ministério do Meio Ambiente, onze toneladas de baterias de telefones celulares são descartadas anualmente – um número que está em crescimento acelerado. Nesse período, também vão para o lixo milhões de pilhas e baterias usadas em brinquedos, relógios e calculadoras. A maioria desses dejetos acaba misturada aos 33 milhões de toneladas de lixos domésticos gerados por ano.
Mas o que fazer com esse lixo tóxico? Nossa leitora Márcia Gil Knobel, que é consultora ambiental, nos enviou uma carta levantando essa questão. “Como os fabricantes pretendem reparar ou diminuir os danos ao ambiente e à saúde causados pelo vazamento dos metais pesados contidos nas pilhas e baterias?”, pergunta ela.
Na Europa, coleta seletiva:
Por enquanto, não há resposta. O governo e os fabricantes ainda não sabem o que fazer com esse lixo. A maioria das baterias e pilhas acaba misturada ao lixo doméstico, sem tratamento adequado. No Brasil, não existem aterros públicos apropriados para substâncias perigosas. Conseguir recolher e confinar desses produtos já seria um avanço. “Os consumidores poderiam trocar as pilhas e baterias velhas por novas, pagando um preço com desconto. Dessa forma, esses produtos voltariam para os fabricantes, que se responsabilizariam pela reciclagem ou armazenamento desses materiais em aterros especiais”, sugere Márcia.
Outros países estão tomando iniciativas desse tipo. Em Portugal, por exemplo, as pilhas são entregues ao fabricante ou importador, que se encarrega de enviá-los para a reciclagem ou para algum lugar onde possam ser destruídas sem perigo para o meio ambiente. Na verdade, todos os integrantes da União Européia, com exceção do Reino Unido, possuem leis que regulamentam a coletiva seletiva de pilhas e baterias. Em 2003, deverá entrar em vigor uma nova legislação, que imporá uma tremenda redução nos níveis de materiais tóxicos presentes nesses produtos, como chumbo e cádmio. Nos Estados Unidos também é feita a coleta seletiva de pilhas usadas.
Poucas iniciativas para solucionar o problema:
Algumas empresas no Brasil já estão se conscientizando do problema, mas ainda são muito poucas – e fazem muito pouco. A Motorola, líder no mercado nacional de celulares, está aconselhando seus consumidores a devolver as baterias usadas à rede de assistência técnica. Segundo a empresa, como ainda não há tecnologia para a reciclagem de baterias e nem aterros apropriados para esses materiais, por enquanto eles apenas estão sendo armazenados em sua fábrica de Jaguariúna (SP), à espera de uma decisão do governo sobre o destino desses produtos.
A reciclagem de baterias tóxicas já é feita no Brasil, mas só com as de automóveis, que contêm chumbo. Isso obedece a razões econômicas. Para as empresas, a reciclagem é lucrativa porque o chumbo precisa ser importado. O consumidor também pode se valer desse fato. Muitas lojas concedem um desconto de alguns reais quando o freguês entrega a bateria velha no momento de comprar a nova.

FONTE:http://www.idec.org.br

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